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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Células da medula falham em teste contra o mal de Chagas

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A doença de Chagas é resistente à terapia celular com células-tronco da medula óssea. O primeiro grande estudo feito no Brasil com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos chagásicos por meio da injeção de material celular mostrou que não será fácil recondicionar o coração dos doentes dessa forma.
Os dados, apresentados em simpósio no Recife, resultam do acompanhamento sistemático de 187 pacientes. Desse total, 135 foram analisados por mais de um ano. Todo o grupo investigado recebeu medicação contra o parasita da doença.
Reprodução
Concepção artística do barbeiro, inseto vetor da doença de Chagas; células-tronco falham
Concepção artística do barbeiro, inseto vetor da doença de Chagas; células-tronco falham
Depois, 95 entraram no grupo controle e outros 92 receberam de fato a injeção intracoronária. Todo o material injetado saiu da medula dos próprios pacientes.
"Não é que não houve melhora. Tanto as pessoas do grupo controle quanto as do grupo que recebeu as injeções melhoraram no mesmo nível", afirma o pesquisador Ricardo Ribeiro dos Santos, um dos coordenadores do estudo, atualmente ligado ao Hospital São Rafael (BA).
Ou seja, na visão dos pesquisadores --Antônio Carlos de Carvalho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi quem apresentou os resultados-- a injeção com células da medula (a porção real de células-tronco no material é pequena) não fez muita diferença.
"A melhora ocorreu nos dois grupos, talvez, porque essas pessoas passaram a ser mais bem tratadas, de uma forma geral", diz Santos.
De acordo com Carvalho, um dos problemas técnicos que pode estar por trás dos resultados é a falta de aderência das células injetadas aos corações dos doentes. "Boa parte das células vai parar no fígado", diz o pesquisador. Apesar dos resultados, a dupla afirma que não vai desistir. Novos protocolos já estão sendo preparados.

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