A sibutramina foi retirada do mercado depois da revelação de que ela eleva o risco de problemas cardiovasculares
Cristiane Segatto
ALERTA
Para acertar as medidas, milhares de brasileiros tomam sibutramina. Podem estar correndo sérios riscos
Para acertar as medidas, milhares de brasileiros tomam sibutramina. Podem estar correndo sérios riscos
O maior desafio que os médicos enfrentam é determinar em quais pacientes os benefícios superam os riscos. Segundo as autoridades sanitárias europeias, a perda de peso proporcionada pela sibutramina é modesta (de 2 a 4 quilos em média) e não compensaria os riscos. “A arte da medicina é avaliar riscos”, diz o cardiologista Raul Dias Santos Filho, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. “Sozinha, a droga não garante grande perda de peso. Se o paciente tiver fatores de risco para doença cardiovascular, mesmo que ela não tenha se manifestado, talvez seja melhor não tomar o remédio.”
A maioria dos endocrinologistas espera que a droga continue liberada no Brasil. “Se esse remédio for proibido, vamos perder um produto extremamente útil no combate à obesidade”, diz Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Mas o alerta sobre os riscos em pacientes cardiopatas precisa se tornar mais explícito no Brasil”, diz. Como ocorre com várias outras classes de medicamentos, a sibutramina é consumida no Brasil por muito mais gente do que deveria. Em 2009, foram vendidas 6,9 milhões de caixinhas. O consumo cresceu mais de dez vezes desde 2005, impulsionado principalmente pelo lançamento de genéricos. A droga só deveria ser vendida com retenção de receita, mas nem sempre isso acontece. “Muitas pessoas conseguem fraudar receitas, sem acompanhamento médico. Correm sérios riscos”, diz o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo. Quando o assunto é remédio, o jeitinho brasileiro pode ser fatal.
Fonte: Ims Health Do Brasil




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