Pages

 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Aliados de Lula terão maioria qualificada no Senado

0 comentários
Se Dilma Rousseff (PT) for eleita presidente da República, ela terá maioria capaz de aprovar mudanças na Constituição. Se José Serra (PSDB) for o vencedor, ele terá que negociar apoios
José Antonio Lima
Os atuais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terão mais de três quintos das cadeiras do próximo Senado, conquistando, assim, um dos objetivos do presidente, a chamada maioria qualificada. É essa vantagem (de pelo menos 49 dos 81 senadores), que permite a aprovação de mudanças na Constituição sem a necessidade de debater com a oposição.
Os resultados das urnas após as eleições deste domingo (3) mostram que 50 das 81 vagas já são de partidos atualmente governistas, enquanto a oposição (formada majoritariamente por PSDB e DEM) terá apenas 23 cadeiras. Três senadores podem ser considerados independentes. As cinco vagas que faltam para completar as 81 só serão definidas depois do julgamento da lei da Ficha Limpa, pois alguns candidatos ao Senado podem ser barrados dependendo da decisão que o Supremo Tribunal Federal (STF) tomará nos próximos dias.
No início de setembro, quando Dilma abriu larga vantagem nas pesquisas sobre Serra, Lula colocou seu peso na campanha para o Senado. Fez comícios em diversos Estados e gravou vídeos para candidatos que apoiariam "a presidenta Dilma". E os números mostram que o empenho de Lula deu certo. Entre os 49 novos eleitos (descontando o fator Ficha Limpa), 37 são governistas, dez são da oposição e dois podem ser considerados independentes. Eles se somam aos senadores que estão no meio do mandato – e que permanecerão no cargo até 2015. Neste grupo, são 13 governistas, 13 oposicionistas e um independente.

Arte: Renato Tanigawa
Entre os candidatos com problemas com o Ficha Limpa, cinco podem ser eleitos, e por isso ainda não é possível saber o resultado final de cinco vagas. Estão com problemas os governistas João Capiberibe (PSB-AP), Ivo Cassol (PP-RO), Paulo Rocha (PT-PA), Jáder Barbalho (PMDB-PA) e o oposicionista Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Se a lei da Ficha Limpa cair, seriam 54 vagas para o governo, contra 23 da oposição e três independentes.
O que o resultado significa
O rolo compressor que os governistas passaram sobre a oposição na eleição para o Senado derrubou nomes importantes como Marco Maciel (DEM-PE), Heráclito Fortes (DEM-PI), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Se for eleita presidente da República, Dilma Rousseff (PT) terá uma vasta maioria, que dará a ela muito mais tranqulidade para aprovar projetos de lei e emendas constitucionais do que Lula teve em seus oito anos de mandato. Neste cenário, a oposição, com nomes como Aécio Neves (PSDB-MG), Itamar Franco (PPS-MG) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) teria de se unir para evitar um massacre legislativo.
Contudo, se o novo presidente da República for José Serra (PSDB), que disputa o segundo turno com Dilma em 31 de outubro, o cenário não é desesperador para tucanos e seus aliados do DEM. Uma vez que o PSDB volte ao governo, é bem possível que os tucanos consigam atrair para seu lado as bancadas de partido pouco ligados ideologicamente ao PT, como o PTB de Fernando Collor (AL) e Gim Argello (DF) e o PMDB de Renan Calheiros (AL), Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR), atual líder do governo Lula no Senado, mas que serviu no mesmo posto durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Confira abaixo a lista dos integrantes do próximo Senado. Marcados com o asterisco estão os senadores com mandato até 2015: 
Os senadores governistas (50)
Acir Gurgacz (PDT-RO)*
Alfredo Nascimento (PR-AM)*
Angela Portela (PT-RR)
Anibal Diniz (PT-AC)*
Anita Rita Esgario (PT-ES)*
Antonio C. Valadares (PSB-SE)
Armando Monteiro Neto (PTB-PE)
Benedito de Lira (PP-AL)
Blairo Maggi (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Delcídio do Amaral (PT-MS)
Edson Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Amorim (PSC-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eduardo Suplicy (PT-SP)*
Fernando Collor (PTB-AL)*
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Francisco Dornelles (PP-RJ)*
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)*
Gim Argello (PTB-DF) *
Gleise Hoffman (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Inácio Arruda (PC do B-CE)*
João Alberto (PMDB-MA)
João Durval (PDT-BA)*
João Hilton Silva (PTB-PI)*
João Ribeiro (PR-TO)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
José Sarney (PMDB-MA)*
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindberg Farias (PT-RJ)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Marcelo Miranda (PMDB-TO)
Marta Suplicy (PT-SP)
Paulo Paim (PT-RS)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Vitalzinho (PMDB-PB)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Wellington Dias (PT-PI)
Os senadores da oposição (23)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Agripino Maia (DEM-RN)
Aloysio Nunes (PSDB-SP)
Álvaro Dias (PSDB-PR)*
Ana Amélia Lemos (PP-RS)
Cícero Lucena (PSDB-PB)*
Cyro Miranda (PSDB-GO)*
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Eliseu Resende (DEM-PI)*
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)*
Itamar Franco (PPS-MA)
Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE)*
Jayme Campos (DEM-MT)*
Kátia Abreu (DEM-TO)*
Lúcia Vânia (PSDB-GO)
Luiz Henrique (PMDB-SC)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)*
Mário Couto (PSDB-PA)*
Marisa Serrano (PSDB-MS)*
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)*
Niúra Demarchi (PSDB-SC)*
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Sérgio Petecão (PMN-AC)

Os independentes (3)
Pedro Taques (PDT-MT)
Pedro Simon (PMDB-RS)*
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário