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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vacina bloqueia efeitos da cocaína em camundongos

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Nova vacina criada por cientistas americanos está pronta para ser usada em testes em humanos. Em camundongos, seu efeito dura até 13 semanas
REDAÇÃO ÉPOCA
perturbao
Vacina conseguiu criar anticorpos para a cocaína em camundongos
Pesquisadores da Universidade Cornell, em Ithaca, e do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, ambos nos Estados Unidos, produziram uma vacina segura que cria imunidade contra os efeitos da cocaína em camundongos. Ela combina partes do vírus do resfriado com partículas que imitam a droga.

No estudo, publicado no dia 4 de janeiro na edição online do Molecular Therapy, do Instituto Naciona de Abuso de Drogas dos EUA, os cientistas dizem que esta nova estratégia pode ser a primeira a oferecer aos dependentes de cocaína uma forma bastante simples de interromper e reverter este hábito nocivo. Além disso, a vacina pode ser útil no tratamento de outros tipos de droga, como nicotina, heroína e outros opiáceos.

Segundo o líder do estudo, Ronald G. Crystal, diretor e professor da medicina genética do Weill Cornell Medical College, os anticorpos produzidos em camundongos pela vacina se ligam, e sequestram, as moléculas de cocaína antes que a droga chegue ao cérebro desses animais – e impede qualquer hiperatividade relacionada à cocaína. O efeito da vacina dura até 13 semanas – o maior dos prazos analisados.


"Já houve outras tentativas de produzir imunidade contra a cocaína, mas esta é a primeira vez que o método não irá exigir várias e caras infusões, e que pode ser rapidamente testado em humanos", diz Crystal afirma. "Atualmente, não há qualquer vacina aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) para vício em drogas", afirma o médico.

A novidade deste tratamento é que ele ombina uma substância química que tem estrutura muito semelhante à da cocaína a componentes do adenovírus, do resfriado comum. Desta forma, o sistema imunológico recebe um alerta para um agente infeccioso (o vírus), mas também aprende a "enxergar" a cocaína como um intruso. Naturalmente, o corpo não vê a cocaína como algo a ser destruído – assim como todas as drogas de moléculas pequenas, que também não são eliminadas pelos anticorpos.

Uma vez que a estrutura do novo intruso (semelhante ao narcótico) é reconhecida, o sistema imunológico cria anticorpos para ela, e, portanto, para a droga. Depois disso, a qualquer momento que a cocaína é aspirada ou admministrada de outra forma, esses anticorpos são rapidamente produzidos e agem sobre as moléculas da droga, que são englobadas e impedidas de chegar ao cérebro.

Os pesquisadores injetaram bilhões desse combinado em camundongos e encontraram uma forte resposta imunológica gerada contra a vacina. Quando estes anticorpos foram colocados em tubos de ensaio, englobaram cocaína.

Em seguida, eles testaram o efeito da vacina sobre o comportamento, e descobriram que camundongos que a receberam antes da cocaína ficaram muito menos hiperativos do que aqueles que não foram vacinados. O efeito foi visto até mesmo nos animais que receberam grandes doses repetidas de cocaína. Essas doses refletem, proporcionalmente, as mesmas quantidades que os humanos podem usar.

Crystal prevê que, se a vacina funcionar em testes humanos, terá melhor resultado em pessoas que já são viciadas em cocaína e que estão tentando parar de usar a droga.

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