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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Como nasce uma democracia (trecho)

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A história mostra que deixar uma ditadura para trás é um processo lento, mas com desfecho acelerado. A massa nas ruas do Egito ruma para a abertura. O que ainda falta para chegar lá
José Antonio Lima, do Cairo. Com Eliseu Barreira Junior, Juliano Machado e Mariana Sanches
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 05 de fevereiro de 2011.

Assinantes têm acesso à íntegra no Saiba mais no final da página.

Marco Longari
BASTA
Egípcios tomam a Praça Tahrir, no centro do Cairo, na sexta-feira 4. O prazo de validade da ditadura de Hosni Mubarak acabou
O mais instável dos regimes políticos do mundo é a ditadura. Pode até durar décadas por conta da imposição da força, mas carece de um fundamento básico: a boa vontade dos que são governados por ela. O que o mundo vê agora no Egito é uma prova de que, cedo ou tarde, o povo se cansa dos autocratas. Não que seja fácil aposentar um ditador. Na semana passada, a imagem da massa que superlotava a Praça Tahrir – “liberdade”, em árabe –, no centro do Cairo, dava a impressão de que Hosni Mubarak, há 30 anos no poder, anunciaria o fim do regime em questão de horas. Até o fechamento desta edição, Mubarak continuava cambaleante, mas agarrado ao poder.
Em resposta, grupos pró-Mubarak invadiram a praça e investiram contra os manifestantes. Por quase seis horas, pedras, bombas incendiárias e disparos de armas de fogo vinham dos dois lados. Homens montados em cavalos e camelos, com chicotes e pedaços de pau, atacaram os manifestantes anti-Mubarak. Em poucos minutos, foram derrubados de suas montarias e espancados. As imagens lem-bravam outros levantes brutalmente sufocados, como os protestos por abertura política na Praça da Paz Celestial, em Pequim, ou as manifestações contra a reeleição fraudada de Mahmoud Ahmadinejad no Irã, em 2009. Nesses dois casos, a repressão sobressaiu – e os regimes autoritários persistem. Ainda não está claro que caminho o Egito seguirá, mas parece claro que pelo menos a ditadura de Mubarak está perto do fim.





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