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quinta-feira, 3 de março de 2011

Concursos prestigiam beleza sem data de validade

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Os concursos de beleza são comuns no Brasil e fora dele. Moças de vinte e poucos anos desfilam em vestidos de gala e trajes de banho, mostrando suas belas curvas. E até mesmo crianças se apresentam com maquiagem e penteados elaborados, para jurados que as observam atentamente. Mas nos concursos voltados para o público “sênior”, as cenas são diferentes. Biquínis dão lugar aos vestidos com bordados, e a maquiagem pesada não existe. Nos rostos, algumas rugas convivem em paz com sorrisos e olhos brilhantes. E os jurados levam em conta não habilidades específicas, como cantar e sapatear, mas algo muito mais complexo de se avaliar: experiência de vida.
Kimberly Moore, eleita a Ms. Senior America 2010, exemplifica bem o perfil de mulher vencedora. Nasceu em uma família simples, com onze irmãos. Sempre estudou em escolas públicas, mas conseguiu cursar a faculdade de Artes. Após dar aulas para crianças durante nove anos, ela decidiu tirar um ano sabático. Mas em vez de relaxar e viajar, Kimberly estudou todos os dias, e conseguiu ser aprovada na universidade de Odontologia. Hoje, a americana acumula quatro PhDs, e ainda encontra tempo para jogar tênis, ler, ouvir jazz e ficar com a filha.
Dar para a sociedade exemplo de pessoas ativas e animadas é um dos objetivos da Senior America, a organização sem fins lucrativos que promove o concurso. “A atual geração de pessoas mais velhas de um modo geral é mais saudável, tem maior conforto financeiro e respeito social que os seus antecessores”, afirma a organização. “Suas próprias necessidades, sua percepção social e interesses evoluíram muito”.
A mudança de perfil das gerações mais velhas é perceptível também no Brasil. Pensando nisso, o Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia José Ermílio de Moraes, ligado ao Governo do Estado de São Paulo, promove há seis anos dois concursos de beleza. O público não precisa ter experiência nesse tipo de atividade, ou alguma aptidão específica. “Levamos em conta a desenvoltura e a atitude dos candidatos”, diz Nilton Guedes, diretor de convivência do Instituto.
As categorias são abrangentes. O participante pode sair com uma faixa e troféu de miss ou mister simpatia, beleza, sorriso e elegância. Ainda existe um quinto prêmio: “As senhoras e os senhores mais quietinhos podem ganhar na categoria timidez”, diz Nilton. Cerca de 80 cavalheiros e 100 senhoras com mais de 60 anos disputam os prêmios todos os anos. O concurso masculino é feito em agosto, próximo ao dia dos pais, e o feminino costuma coincidir com o Dia da Mulher. Mas este ano, para não prejudicar o carnaval das futuras misses, optaram por adiar o prêmio para maio.
Questionada pelo Mulher 7X7 sobre a possibilidade de participar de concursos para a Terceira Idade em algumas décadas, a atual Miss Brasil, Débora Lyra, afirma que toparia concorrer. “Acredito, sim, que beleza pode combinar com rugas. Faz parte da vida”, diz a bela mineira de 22 anos. “Tenho certeza de que os concursos feitos para pessoas com essa idade ajudam e MUITO a elevar a autoestima, então por que não participar?”
Nilton também acredita que o status de “miss” e “mister” exercem um efeito psicológico positivo. “É uma massagem no ego. Depois do concurso sempre acontece uma paquera, e é comum os viúvos conhecerem alguém e começarem a namorar ou a ficar”. Realmente, os tempos mudaram.
Ps: Aproveito para me apresentar. Sou a nova blogueira do 7X7, e estou muito feliz com a chance de escrever aqui!

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