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sábado, 17 de dezembro de 2011

O pênis inflável

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Ei, leitores do Sexpedia! Não costumo penetrar na vida de ninguém assim, sem mais nem menos. Valorizo muito as preliminares. Sou repórter de comportamento da revista ÉPOCA e, graças a sugestões de pauta e entrevistas monotemáticas (sim, adoro falar de sexo), fui convidada para cuidar deste blog na saída da querida Laura Lopes. A partir de hoje, escrevo aqui com muitíssimo prazer. Espero que seja bom para vocês também. Vocês vão perceber que criei algumas categorias, como a “orelha intrometida” e o “rala ou rola?”. Estreio com elas ;)
***

Que essa nova relação não tenha nada de broxante
Entrei no consultório para fazer uma entrevista profissional. Todos os homens na sala de espera deram um jeito de fugir ou se camuflar: um se trancou no banheiro, outro enfiou a cara numa revista, o terceiro foi fumar no quintal. Que eu tinha uma fama de assustar alguns homens, sabia desde a adolescência. Mas, assim, literalmente? Puta constatação broxante…
Eu estava em uma clínica para disfunção erétil. Os pacientes pareciam morrer de vergonha porque, se estavam ali, tinham algum problema fálico. Andavam meio “pra baixo”, se é que vocês me entendem. Não conseguem ter ereção pelos mais diversos motivos: diabetes, complicações pós-cirurgia para retirada de câncer de próstata, traumas na coluna (caso de paraplégicos) e homens com graves problemas de circulação de sangue. Procuram o especialista em implante peniano para dar um “up” em suas vidas.
E esse doutor, acho digno de nota, tem sobrenome terminado em Pinto. “Deve agregar alguma credibilidade à sua carreira”, pensei enquanto aguardava. Queria entender como funciona uma tal prótese inflável milagrosa, cujo preço pode chegar a R$50 mil – só o material. Poucos convênios cobrem a quantia, mas há modelos mais simples (como a maleável, que não deixa o pênis totalmente rígido) que custam entre R$3 mil e R$12 mil.
O Dr. Carlos Araújo Pinto me recebeu com a jeringonça dando pinta sobre a mesa do consultório: uma haste, uma pequena bolsa com líquido e um botão. Um paciente operado, que presenciava a cena e a minha desconfiança, fez questão de garantir a maravilha da mecânica toda antes que o médico começasse a explicação. Na cirurgia, que dura de duas a três horas, a haste é introduzida ao longo do corpo cavernoso, dando sustentação. A pequena bolsa de soro é acomodada próxima à bexiga e um botão, no saco escrotal. Tudo conectado por um fiozinho.
Quando o botão é acionado, a bolsinha libera o líquido que vai inflar aos poucos o implante e endurecer o pênis. Logo me veio a imagem de uma ascensorista, aquela moça que vive apertando os botões do elevador, na cama com o moço recém operado: “sobe ou desce?” Tento evitar, mas esses pensamentos idiotas sempre me traem nas horas mais inadequadas. O fato é que os pacientes saem do centro cirúrgico doidos para fazer o “test drive”, mas é preciso aguardar pacientemente por 40 dias. A prótese inflável não aumenta o tamanho do pênis, mas “a grosso modo” muda o diâmetro dele.
O paciente do Dr. Pinto fez menção de ser mais explícito. “Eu entendi, senhor. Não precisa!” Mesmo assim, ele fez questão de mostrar toda a potência de sua… maquininha. Enfiou a mão no bolso da calça social e, com um movimento rápido de quem ajeita as bolas, apertou o botão. O volume do gancho da calça cresceu quase tão rápido quanto o vermelho das minhas bochechas. “E o melhor é que não passo mais vergonha na praia, quando uma moça bonita desfila de biquini por perto”, arrematou o paciente de mais de 65 anos. Quis perguntar algo como “e o senhor sente prazer com essa bexiga aí dentro?” Mas balbuciei: “Hm, legal. E não perde a sensibilidade?” Não, não perde.
Bati o portão da clínica pensando em como a vida das mulheres seria mais fácil se ficar excitada fosse tão simples quanto apertar um botão. Quer dizer, não deixa de ser…
#Rala (cai fora) ou Rola (cai dentro)?
Ela traz para a cama um consolo maior que o seu brinquedinho. Não para usar em você, mas nela mesmo. Você fica deprimido e rala? Ou acha graça da competição e rola?
Hélio de La Peña: Brinquedinhos são bem vindos, contanto que não venham pro meu lado. Assim não tem por que ralar. Se rolar, é bom a moça não ficar se desmanchando em elogios para um consolo frio e desalmado e tratar com carinho o meu brinquedinho, dizendo que ele não é tão “inho” assim. Nem que pra isso tenha que mentir um pouco…
*** E você, numa situação dessas? Rala ou Rola?

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