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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Somos todos trapalhões

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As mulherem contam tudo, nos mínimos detalhes, e se divertem com as próprias trapalhadas
Algumas segundas-feiras lá em casa, o futebol deixa de ser meu inimigo e vira um grande aliado. Expulso o marido de meias até os joelhos e chuteiras calçadas, com um beijo de “faça muitos gols, querido”. Antes que ele alcance a garagem, já abri um vinho e separei as taças, distribuí aperitivos e reduzi a luz da sala ao aconchego do abajur. Vamos falar de conquistas no trabalho, de problemas familiares, de relacionamentos. E vamos acabar em sexo – falando dele, que fique claro. Somos capazes de passar horas, eu e minhas amigas, contando causos e rindo das experiências alheias. Nessas noites de gargalhadas coletivas, desconfio que um ou outro vizinho se acomode às paredes com um copo de vidro.
Dias depois de um desses encontros, li a coluna de Ivan Martins sobre a língua afiada das mulheres e o temor de que elas saiam por aí falando sobre o desempenho sexual deles. Ivan acerta em cheio neste trecho: “Quando se conversa com as mulheres sobre essas coisas, emerge uma certeza muito nítida: assim como os homens, elas conversam entre si, mas com um grau de franqueza maior. Enquanto os homens se preocupam em contar vantagens, escondendo, escrupulosamente, qualquer motivo de vergonha, tudo indica que os relatos femininos são mais honestos e, aparentemente, mais detalhados”.
Para mim, a diferença crucial entre os relatos de homens e mulheres é o bom-humor com que elas conseguem descrever as próprias trapalhadas na cama. Tenho uma orelha pra lá de intrometida e sou perguntadeira nata, mas nunca ouvi um só amigo contar, aos risos, que broxou ou passou vergonha na hora H. Nesses encontros, ouvi histórias geniais das meninas. Uma delas partiu para o sexo oral, mas esqueceu de cuspir o chiclete antes. Quando se deu conta, tinha “embalado” o meninão em goma de mascar. Passaram um bom tempo esfregando gelo até desgrudar. Em outra ocasião, ela quis fazer uma surpresa: preparou um brigadeiro para passar em algumas partes convidativas. “O doce estava tão quentinho e ele demorou tanto que, quando chegou, eu já tinha espalhado a panela inteira no corpo”, disse. “Parecia que eu tinha rolado na lama e ele não parava de rir da minha cara”.
Outra amiga estacionou no drive-in com o namorado. Beijo vai, beijo vem, o clima esquentou e o carro ficou pequeno. O casal continuou a pegação do lado de fora e, quando perceberam, estavam transando sobre o teto do veículo. Na saída de um restaurante, na mesma noite, repararam que tinham amassado a lataria (!!!). Durante uma das nossas animadas conversas, essa criatura revelou que certa vez voltou bêbada e cansada da balada. Ela e o namorado engataram um amasso caliente. “Resolvi fechar os olhos pra curtir melhor e acabei dormindo! Acordei um tempo depois, sem saber se tinha passado dois ou vinte minutos.”
Passamos mal quando uma disse ser especialistas em “esofoquete” por causa de sua, digamos, garganta profunda:  ”Criei uma nova modalidade! Alcancem seus esôfagos!”. Em seguida, uma delas simulou a posição em que ficou nua, por 40 minutos, na varanda do garoto. Ela queria se esconder da mãe dele, que chegou em casa enquanto os dois estavam no “bole-bole”, mas se mostrou para qualquer um que passasse na rua. Daí alguém emendou que um rapaz, constrangido diante do tamanho do pênis, perguntou o que ela achava de colocar silicone no membro. E eu paro por aqui, para não comentar mais sobre as trapalhadas deles…

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