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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sexualidade na Educação

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ENTENDA MELHOR A MENSTRUAÇÃO E AJUDE SUAS ALUNAS!

| Sem categoria

Se você é professora do Ensino Fundamental, provavelmente já notou o desconforto de suas alunas ao chegar no período menstrual.
A menstruação é o principal acontecimento da puberdade, e a menarca – primeira menstruação – é esperada com muita ansiedade pelas meninas.
Ela pode ocorrer dos 8 aos 15 anos. Em mulheres brasileiras, no entanto, ocorre mais comumente entre os 11 e os 13. Seu início está bastante relacionado com a hereditariedade. Portanto, se sua aluna quiser saber quando vai menstruar, uma boa referência para a sua menarca é a idade em que as mulheres de sua família (mãe, tias, avós) ficaram menstruadas pela primeira vez.
Mas diga às meninas que elas não precisam se preocupar. Na primeira vez, a menstruação vem em um fluxo muito leve. Se elas carregarem consigo um protetor diário ou absorvente conseguirão tirar isso de letra!
De onde vem o sangue?
Como diz Rita Lee, em sua música “Cor de Rosa Choque”, a mulher é um bicho esquisito que todo mês sangra. Mas este sangramento, a menstruação, tem uma razão especial.
Ao começar a agir no corpo das garotas, os hormônios femininos estrogênio e progesterona provocam o amadurecimento do óvulo no ovário e a sua eliminação para as trompas – a chamada ovulação. Simultaneamente, eles também preparam o útero para receber o ovo (óvulo fecundado) aumentando o endométrio, revestimento interno do útero.
O endométrio é um tecido ricamente vascularizado e forma uma espécie de “ninho” para receber o ovo. Quando não há gravidez, este “ninho” perde sua função e é eliminado, provocando o sangramento conhecido como menstruação.
O sangramento menstrual ocorre durante um período de 3 a 7 dias, com volume aproximado de 80 a 100 ml de fluxo de sangue. Uma vez iniciada a menstruação, ela se repetirá todos os meses num intervalo de 22 a 35 dias até que a mulher atinja a menopausa.
No entanto, nos dois primeiros anos é comum ocorrerem atrasos ou adiantamentos na menstruação, podendo, inclusive, deixar de acontecer por um ou dois meses. Este descontrole é próprio do início do processo de amadurecimento sexual e você pode tranquilizar sua aluna. Ela só precisa de um tempo para que os hormônios se ajustem.
Cólicas
A menstruação pode vir acompanhada de cólicas. Quando isto acontece com frequência, oriente sua aluna a fazer uma consulta com o ginecologista. Outras condutas simples que funcionam também são o uso de compressas de água morna sobre o baixo ventre e exercícios físicos diários, principalmente aqueles que fortalecem a musculatura abdominal.
Quando as cólicas são de uma intensidade leve e suportável, não justifica a saída da garota da aula, e muito menos sua ausência nas aulas de educação física. O exercício físico faz a menina produzir endorfina, aliviando o desconforto da dor. No entanto, se a intensidade da dor é alta, a garota pode precisar ser medicada e liberada para repousar em casa.
Higiene íntima
Durante a menstruação, a garota deve usar absorventes íntimos, que devem ser trocados de acordo com a necessidade sem que ultrapasse mais do que 8 horas entre as trocas. Sempre que possível, os genitais devem ser lavados com água e sabonete, para evitar o mau cheiro característico da menstruação, assim como irritação da região genital.
O que muda no corpo da garota?
Depois que a garota começa a menstruar, o crescimento do corpo é desacelerado, e ela vai crescer no máximo de 7 a 10 cm. Isto pode ser um alívio para as altas ou uma decepção para as baixinhas.
As mudanças hormonais responsáveis pelo ciclo menstrual podem provocar ou intensificar o aparecimento de espinhas no rosto, bem como produzir desconfortos devido ao inchaço corporal causado pela retenção de líquidos (o que pode aumentar o peso da garota em até 1,5kg). Os seios tendem a ficar mais doloridos e maiores que o natural. Além disto, um pouco antes e durante a menstruação, é normal a mulher se sentir mais sensível.
Como ajudar as meninas passarem por este período com mais tranquilidade?
Tente conversar com elas mostrando que a menstruação é um sinal de saúde e que, diferentemente do que as crendices sobre ela mostram, não se deve evitar nenhum cuidado de higiene, como lavar o cabelo, por exemplo, e muito menos parar atividades cotidianas. Elas devem, sim, estar conscientes de quando ocorre seu ciclo menstrual e carregar consigo absorventes íntimos para evitar constrangimentos. Se for nadar , ou ir à praia, o ideal é aconselhar o uso de absorvente interno.
O educador sexual deve ter uma conversa educativa que leve as alunas a adquirir intimidade com o tema e conviver sem dúvidas sobre sua necessidade, função e cuidados que devem ser tomados para melhorar a sua qualidade de vida durante este período.


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Como falar de puberdade na sala de aula?

| Sexualidade
Ilustração que retrata uma das etapas de dinâmica utilizada para trabalhar as mudanças da puberdade em sala de aula
Nos meus 20 anos como educadora sexual, observei que as principais dúvidas dos adolescentes sobre seus corpos são ligadas às mudanças por que eles passam durante a puberdade. A expectativa em relação a acontecimentos marcantes desta fase – como o início da menstruação e a primeira ejaculação – somada à incerteza sobre se tudo está ocorrendo na forma e prazo corretos, tira a concentração de muitos alunos nos estudos. Mas isso pode ser amenizado com uma conversa educativa sobre o tema em sala de aula.
A conversa educativa é aquela que promove uma interação entre os alunos e ao mesmo tempo estimula a troca de informações entre eles e o educador para responder suas dúvidas, temores e curiosidades. Para que está iniciativa tenha êxito, o professor deve ter uma abordagem baseada numa metodologia participativa, na qual os alunos são estimulados a pensar e interagir com os colegas no debate sobre o assunto, além de ajudar os mais tímidos a colocar suas dúvidas e questões sem se exporem.
Dentre as atividades possíveis para trabalhar o assunto, sugiro uma dinâmica, talvez já conhecida por muitos de vocês, que foi adaptada por mim, em conjunto com a equipe do Instituto Kaplan, e resultou na criação do “Jogo de Corpo” (para conhecer o jogo acesse aqui). É um jogo simples, que pode ser feito com poucos recursos, para que a turma fale diretamente sobre suas angústias e dúvidas. Para ver o plano de aula completo, com o passo a passo da dinâmica, clique aqui.

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As mudanças da puberdade

| Sexualidade

Diferente do que muitos professores imaginam, puberdade e adolescência não são sinônimos. Adolescência é um momento de mudança psíquica e social. Já puberdade são as alterações físicas que transformam o corpo infantil num corpo adulto e que levam meninos e meninas a se interessarem por sexo.
Seu início não tem dia nem hora marcada. A puberdade pode começar tanto aos 8 como aos 15 anos. Cada pessoa tem seu tempo e desenvolve as diversas partes do organismo de forma individual e progressiva. Por isso, é normal dois adolescentes da mesma idade se encontrarem em estágios diferentes da puberdade. Uma menina pode já ter iniciado o crescimento dos seios, enquanto outra, com a mesma idade, ainda pode estar na fase de perceber apenas uma pedrinha dolorida. Isso é absolutamente normal.
As mudanças características deste período são ativadas pela hipófise, glândula localizada no cérebro, responsável pela produção dos hormônios sexuais que colocam em atividade os ovários e os testículos, provocando uma série de mudanças físicas em meninos e meninas. Na mulher, os principais hormônios são o estrógeno e a progesterona, e no homem, a testosterona. O processo de mudanças corporais ocorre gradualmente, passando por três estágios biológicos bem marcados:
- Pré-puberal: momento em que surgem as primeiras modificações corporais: o aumento do tamanho dos seios, nas meninas, e do pênis e testículos, nos meninos, seguido pelos primeiros sinais de aparecimento dos pelos nas axilas e genitais, assim como alterações na altura e no tom de voz.
-Puberal: Quando os hormônios sexuais atingem um nível específico, acontece o marco desta fase: a primeira menstruação das garotas, conhecida como menarca, e, para os garotos, a semenarca, a aguardada primeira ejaculação. A partir deste momento a capacidade reprodutiva entra em ação. As meninas amadurecem seus óvulos e os meninos produzem espermatozoides.
-Pós-puberal: órgãos sexuais já estão plenamente desenvolvidos e têm o mesmo funcionamento que em um adulto. Este também é o momento de definição dos caracteres sexuais secundários. É quando o corpo do menino toma forma de homem e a na menina desabrocha a mulher. Neste período repleto de transformações, os adolescentes costumam se dar conta também do principal atributo sexual, que é a capacidade orgásmica, isto é, a percepção das sensações eróticas e do prazer proporcionado pelo sexo. Esta descoberta, associada aos estímulos hormonais – que estão a pleno vapor – acentuam o impulso sexual e favorecem o interesse pelo sexo. Tanto no sentido de conquistar parceiros – ficar e namorar – como em relação às descobertas das sensações sexuais por meio da masturbação e de carícias.

O que muda no corpo?

A primeira modificação aparente da puberdade, e que também se traduz na maior preocupação dos jovens, é o aumento do tamanho dos seios, para as meninas, e do pênis e dos testículos, para os meninos. Em seguida, ambos crescem em altura, aumentam sua estrutura muscular, alteram o tom da voz e começam a apresentar pelos nas axilas e ao redor dos órgãos sexuais. Nos rapazes surgirão ainda barba e bigode.

Outras características da puberdade que merecem toda atenção são o aparecimento de acne (as famosas espinhas) e de novos odores. Neste período, os hormônios sexuais estimulam o organismo a produzir secreções em maiores quantidades, como o suor, por exemplo. Além disso, ele passa a fabricar ácidos graxos (gordura) que favorecem a formação de uma capa lubrificante na pele e ocasiona o fechamento dos poros, podendo causar inflamação – as espinhas. Isto tudo mexe profundamente com a autoestima do jovem, podendo levar a um prejuízo silencioso na aprendizagem.
O professor pode ajudar seus alunos a lidar melhor com esta etapa, informando os porquês destas mudanças e como o cuidado com a higiene é fundamental. Mas lembrem-se: não basta só a conversa, é imprescindível que estas temáticas sejam trabalhadas por meio da metodologia participativa.
Na próxima semana trarei para vocês uma sugestão de como trabalhar o tema da puberdade em sala de aula.

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