Pages

 

domingo, 27 de julho de 2014

Como ajudar o professor a ir além do livro didático e contemplar conteúdos importantes em suas aulas

0 comentários


| Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
O livro didático não pode ser a fonte norteadora para o planejamento das atividades em sala de aula (Foto: Manuela Novais)
O livro didático não pode ser a fonte norteadora para o planejamento das atividades em sala de aula (Foto: Manuela Novais)


A organização da rotina e a seleção dos conteúdos que devem ser trabalhados são as duas principais preocupações do professor no início de cada bimestre. Para realizá-las, ele precisa ter muito claro o que os alunos sabem, quais são as necessidades de aprendizagem e quais estratégias de ensino ele poderá utilizar.
Ao retornar para a escola como coordenadora pedagógica, depois de atuar um bom tempo na secretaria de Educação, dei início ao meu trabalho observando como os professores realizavam essas duas ações com base nos blocos de ensino de Matemática: números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação. Como eu tinha acabado de chegar, não fiz nenhuma intervenção nas reuniões de planejamento do bimestre, mas questionei os docentes sobre suas escolhas.
A maioria dos professores justificou a seleção dos conteúdos pelo uso do livro didático. Fiz, então, novas perguntas: “Em relação à matriz curricular, o livro didático contempla todos os conteúdos?”, “Você segue a ordem apresentada pela publicação?”, “Como você considera os blocos de conteúdos de Matemática?” e “Qual é o objetivo de seguir o livro?”.
As respostas me fizeram chegar à conclusão de que os docentes não planejavam as atividades nem levavam em consideração a divisão dos blocos de ensino de Matemática para selecionar os conteúdos. Apesar de alguns profissionais realizarem atividades extras, a fonte norteadora de todos continuava sendo o livro e seus capítulos, que não contemplavam tudo o que deveria ser tratado em sala de aula.
Ouvi atentamente as colocações e anotei em que aspectos eu precisaria intervir no próximo bimestre.
O que fiz para mudar essa realidade
Quando realizei a análise do que foi aplicado em sala de aula (conteúdos selecionados, avaliações e resultados dos alunos) com os professores, meu foco era fazê-los perceber que nem todos os conteúdos de Matemática haviam sido trabalhados de acordo com a matriz curricular. Expliquei que a seleção deve estar de acordo com a divisão de blocos de ensino, porque, dessa forma, é possível direcionar o planejamento da sala para atender às expectativas de aprendizagem de cada série.
Essa é uma atividade difícil e que requer muito estudo dos conteúdos. Naquele momento, meu papel foi ajudá-los a adaptar atividades com critérios, escolher os recursos e pensar em estratégias da aula de acordo com a faixa etária dos alunos.
Paralelamente a esse trabalho, elaborei um plano de formação para colocar em prática nas reuniões de módulo (leia sobre meu planejamento semanal com os professores aqui). A ideia era colocar em discussão as seguintes questões: quais são os conteúdos relacionados a cada bloco de ensino de Matemática de acordo com a série em que lecionam? Qual é a evolução dos conteúdos ao longo da escolaridade? Como a Matemática deve ser trabalhada? Quais são as estratégias de ensino?
Isso foi só o começo de um longo processo formativo que ainda está em andamento…  Ainda voltarei a compartilhar com vocês outras experiências relacionadas a esse trabalho.
E vocês, coordenadores, como realizam a seleção de conteúdos com os professores?
Abraços, Eduarda

Nenhum comentário:

Postar um comentário