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domingo, 13 de dezembro de 2009

No Brasil, lan houses desbancam local de trabalho no acesso à web

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Pnad 2008 indica que 35,2% dos internautas usaram acesso público pago.
Principal motivo para acesso à web é conexão com outras pessoas.

Lan house gigante, montada em evento realizado nos EUA, em 2008. (Foto: Renato Bueno/G1)

As lan houses já representam o segundo lugar no Brasil onde mais se acessa a internet. Em 2008, 47,5% das 56 milhões de pessoas que se conectaram à web disseram ter acessado a rede em mais de um local. Esse ranking é liderado pelo ambiente doméstico (57,1%), seguido pelas lan houses (35,2%) e trabalho (31%). Em 2005, a ordem era diferente: ambiente doméstico, local de trabalho e lan houses.

As informações fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008 sobre acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal, divulgada nesta sexta-feira (11). Os 56 milhões de usuários de internet com 10 anos ou mais tiveram acesso à web durante o período de três meses anteriores à pesquisa. 



No Norte e Nordeste, os centros públicos de acesso pago não ficaram em segundo lugar, mas lideraram a navegação entre pessoas com acesso à internet em diferentes lugares. No Norte a porcentagem chegou a 56,3%, enquanto no Nordeste chegou a 52,9%. Nessas mesmas regiões, o uso da web residencial ficou em 34,1% e 40%, respectivamente.

Os 56 milhões de internautas representam 34,8% da população com 10 anos ou mais – em 2005, o percentual de conectados era de 20,9%. Os maiores percentuais de usuários de internet estão na região Sudeste (40,3%), Centro-Oeste (39,4%) e Sul (38,7%), enquanto as regiões Norte (27,5%) e Nordeste (25,1%) têm os menores percentuais.

Entre aqueles que, em 2008, acessaram a internet somente em um local (52,2% dos 56 milhões), 45,9% navegaram de suas residências, 29,5% de centros públicos de acesso pago, 12,1% do local de trabalho, 4,8% do estabelecimento de ensino, 0,8% de um centro público de acesso gratuito (como telecentro) e 6,9% de outro local.

Foto: Renato Bueno/G1

Na Campus Party, evento realizado em janeiro em São Paulo, organizadores promoveram iniciativas de inclusão digital. (Foto: Renato Bueno/G1)

Idade
A faixa etária do internauta está associada ao local de conexão, de acordo com a Pnad. As lan houses apareceram no topo da lista dos usuários com idades entre 10 e 17 anos, com 53,3%. Atrás delas ficaram os domicílios onde eles moravam, com 43,1%. A ordem foi diferente entre aqueles com mais de 40 anos: domicílio (78,6%) e local de trabalho (50,9%).

Em 2008, o grupo de 15 a 17 anos foi o que apresentou maior percentual de utilização da internet (62,9%), além de maior aumento em relação a 2005 (quando somava 33,7%). O percentual de usuários diminuiu com a idade, chegando a 11,2% entre as pessoas com 50 anos ou mais (o grupo representa 24,8% da população total, mas apenas 8% daqueles que acessaram a internet).

Em 2008, a idade média dos internautas era de 27,6 anos. Na imagem, um participante do evento Campus Party, realizado em São Paulo em janeiro de 2009. (Foto: Renato Bueno/G1)

Em 2008, a idade média dos internautas era de 27,6 anos. Entre aqueles que acessaram de casa, essa média subiu para 30,6 anos, enquanto entre o público que navegou no local de trabalho, foi para 34,6 anos. Em 2005, a idade média dos internautas ficou em 28,1 anos.

O rendimento per capta das pessoas que acessaram a web no trabalho foi de R$ 1.523, enquanto o dos internautas domésticos ficou em R$ 1.336 – os mais elevados. Os menores rendimentos per capta foram os dos usuários de centros públicos de acesso gratuito (825) e de lan houses (R$ 536).

Escolaridade
O uso de internet também está associado à escolaridade: aqueles que acessam a web têm 10 anos de estudo em média, contra 5,5 anos de estudo das pessoas sem conexão.

Quanto maior a escolaridade, maior a proporção de pessoas conectadas: 80,4% entre aqueles com mais de 15 anos de estudo; 57,8% entre pessoas com 11 a 14 anos de estudo, 38,7% entre aqueles com 8 a 10 anos de estudo; 23,4% para os que têm entre 4 e 7 anos de estudo e, por fim, 7,2% entre aqueles sem instrução ou com menos de 4 anos de estudo.

Motivo de acesso
Em 2005, o principal motivo para os internautas se conectarem (71,7% dos internautas) foram os fins educacionais e de aprendizado. Em 2008, essa motivação ficou em terceiro lugar (65,9%), atrás dos “líderes” comunicação com outras pessoas (83,2%) e atividades de lazer (68,6%).

A lista de finalidades de 2008 também incluiu leitura de jornais e revistas (48,6%), busca de informações e outros serviços (25,5%), compra ou encomenda de bens e serviços (15,4%), interação com autoridades públicas ou órgãos do governo (15,2%) e transações bancárias ou financeiras (13,1%).

As mulheres consideraram mais do que os homens o uso da web para se comunicar com outras pessoas (84% para elas, 82,3% para eles). A segunda e terceira posições divergem entre os sexos: para elas o segundo principal motivo para usar a web eram educação e aprendizado (69,4%), enquanto para eles eram atividades de lazer (72,8%).

Banda larga
Em 2005, 41,2% dos internautas que navegaram no ambiente doméstico o fizeram somente via banda larga. Esse percentual dobrou em 2008, chegando a 80,3%. No ano passado, 18% dos usuários navegaram de suas casas somente via conexão discada e 1,7% o fizeram das duas formas.

Regionalmente, o Centro-Oeste tem a maior disseminação de uso exclusivo de internet rápida, sendo usada por 93,4% das pessoas (em 2005, eram 57,1% delas). Na contramão, a região Norte teve a menor proporção de usuários que se conectam somente via banda larga: 70,4% (40,5% em 2005).

Sem acesso
De acordo com a Pnad, 104,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais anos não tiveram acesso à internet no período de três meses anteriores à pesquisa (65,2% do total). Os principais motivos para a não utilização foram não achar necessário ou não querer (32,8%); não saber utilizar a internet (31,6%) e não ter acesso a computador (30%).

Em relação a 2005, o percentual de pessoas que não navegavam porque não achavam necessário ou não queriam foi o que mais aumentou: subiu de 20,9% para 32,8% (no Rio de Janeiro, 45,1% dos desconectados apresentaram esse motivo). Por outro lado, houve redução no número de pessoas que disseram não acessar por não ter computador (de 37,2% para 30%) e entre aqueles que alegaram o custo elevado do PC (de 9,1% para 1,7%).

Aqueles que não demonstram interesse na internet apresentaram idades médias mais elevadas (44,1 anos em 2005; 45,2 anos em 2008) do que aqueles que apresentaram outros motivos para não se conectarem. Entre os estudantes, a principal razão para estarem desconectados é o fato de não terem acesso a um computador (46,9%).

Foto: Renato Bueno/G1

Evento Campus Party, realizado em janeiro na cidade de São Paulo, ofereceu telecentros para promover a inclusão digital. (Foto: Renato Bueno/G1)

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