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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Campanha contra aids foca em brasileiros de 15 a 24 anos

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Estudo publicado pelo Ministério da Saúde mostra mais de 38 mil brasileiros infectados por HIV só no ano passado. Dentre os 630 mil que vivem com HIV no país, 255 mil não sabem que possuem a doença
Redação Época, com Agência Brasil
Jovens brasileiros de 15 a 24 anos são o foco da campanha "O Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/Aids", lançada nesta quarta-feira (1º) pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Este é o grupo com o maior número de parceiros casuais entre os adultos e cerca de 40% deles declararam não usar preservativo em todas as relações sexuais.
O número de novas infecções por HIV no Brasil passou de 37.465, em 2008, para 38.538, no ano passado, de acordo com dados do ministério. Para a pasta, o crescimento não é preocupante, porque resulta do aumento de testagens em todo o país. O número de testes distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passou de 3,3 milhões, em 2005, para 8,9 milhões em 2009.
Um dado preocupante é o número de brasileiros que não sabem que foram infectados. Dos cerca de 630 mil que vivem com HIV no país, 255 mil não têm ideia de que abrigam o vírus. O boletim epidemiológico aponta ainda que 11.839 pessoas com HIV morreram em 2009, praticamente o mesmo número registrado em 2008 (11.815). Desde os anos 80, mais de 229 mil pessoas morreram em decorrência da doença.
 Números
A maioria dos brasileiros com HIV em 2009 é formada por brancos (47,7%). Em seguida, estão os negros (46,8%), os amarelos (0,5%) e os indígenas (0,3%). Segundo o estudo, 4,7% dos pacientes não declararam raça ou cor.

Do total de casos registrados no ano passado (20.832), a maior proporção de infecções está entre brasileiros que têm entre oito e 11 anos de estudos escolares (30%). Em 1999, a incidência era maior entre aqueles com menos escolaridade: 29,5% dos casos foram verificados entre pessoas com até três anos de estudo.

Entre as mulheres infectadas, a média é de quatro a sete de anos de estudo e, entre os homens, de oito a 11.
 Campanha
O objetivo da campanha lançada nesta quarta é a desconstrução do preconceito sobre pessoas que vivem com o vírus HIV no Brasil, além da conscientização de jovens sobre comportamentos seguros de prevenção contra a aids (assista ao vídeo oficial da campanha, abaixo).



Bruna Lopes, de 20 anos, acredita que a campanha é importante para alertar os jovens em relação aos riscos que correm ao ter uma relação sexual sem camisinha. Ela admitiu que sente dificuldade em usar o preservativo quando está em um relacionamento que parece estável. "A gente confia mas, na verdade, é arriscado também", contou.

Para Silvana Pereira, de 18 anos, falta estratégia para convencer os jovens sobre a importância de se prevenir por meio da camisinha – sobretudo para meninas mais novas. "Todo mundo já sabe, mas continua fazendo. Então, tem alguma coisa errada", disse. Mesmo casada, Silvana faz o teste rápido de seis em seis meses. "O problema é que confiamos nos parceiros e não usamos camisinha", afirmou.

Raiane Souza, de 21 anos, confirma a versão de que o que falta mesmo aos jovens não é informação, mas responsabilidade. "Vejo que as meninas não pensam no que estão fazendo. Muitas vezes, vamos na empolgação e, quando vemos, já foi sem camisinha mesmo".

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi instituído como forma de despertar a necessidade de prevenção, de promoção do entendimento sobre a pandemia e de incentivar a análise sobre a aids pela sociedade e órgãos públicos. No Brasil, a data começou a ser comemorada no fim dos anos 80.

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