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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Para ver os filmes brasileiros que nunca entram em cartaz

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A Sessão Vitrine, que acontece em um horário fixo em cinemas de sete capitais brasileiras, exibe filmes nacionais de produção independente que só passam em festivais – e dificilmente entrariam no circuito comercial
LAURA LOPES
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No meio de uma bebedeira, quatro amigos partem para Ythaca, onde o cinema é "perigoso, divino e maravilhoso"
Estrada para Ythaca foi premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes e no Cine Ceará. Um lugar ao sol ganhou prêmios no Buenos Aires Independent Film Festival, no Festival Internacional de Documentales de Santiago e na Mostra Internacional do Filme Etnográfico. Já Estrada Real da Cachaça foi considerado o melhor documentário do Festival do Rio. Mas nenhum desses filmes entrou em cartaz nos cinemas, e o leitor provavelmente não os assistiu se não esteve nos festivais onde eles foram exibidos. Isso até esta sexta (27), quando começa a Sessão Vitrine em salas de cinema de sete capitais do país – São Paulo (Espaço Unibanco), Recife (Fundação Joaquim Nabuco), Porto Alegre (PF Gastal), Curitiba (Cinemateca de Curitiba), Salvador (Circuito Sala de Arte), Vitória (Cine Petrópolis) e Rio de Janeiro (Cine Jóia).
A ideia é trazer para essas salas filmes de produção independente premiados ou bem conceituados pela crítica. Segundo a criadora do projeto, Silvia Cruz, também sócia da Vitrine Filmes, a maioria são produções de baixo orçamento e com uma linguagem bem desapegada daquela tradicionalmente usada pelo cinema comercial. Por conta disso, não são filmes de grande público, o que dificulta ainda mais encontrar um exibidor interessado. "As vezes a distribuidora fica dois meses para lançar o filme, e o público não corresponde", diz Silvia. Ela nunca havia ido a festivais como o de Tiradentes, de Brasília ou do Ceará. Sua experiência na Semana dos Realizadores do ano passado, no Rio, mostrou que existe um público sim, que lota as salas, mas que também sabe de antemão quando e onde o filme será exibido.
"Comecei a pensar em fazer não um festival, porque é bom para os diretores que seus filmes sejam lançados", afirma. E, assim como acontece com o Curta Petrobras às Seis, Silvia queria criar o hábito nas pessoas de ir ao cinema sabendo onde e quando um determinado filme passaria. O difícil, segundo ela, seria conseguir a verba para pagar as taxas da Ancine, o material impresso, um site, assessoria de imprensa etc. Com um horário fixo por dia, e um nome especialmente criado para esta sessão, a expectativa é que o movimento seja maior e os custos de lançamento, menores.
A primeira produção que será exibida, entre os dias 27 de maio e 2 de junho, é Estrada para Ythaca. Os próximos serão Um lugar ao sol, Chantal Akerma, de cá, Estrada Real da Cachaça e Morro do Céu. Por serem independentes, o espectador não deve esperar que eles tenham o mesmo ritmo de um filme comercial. Alguns são bem experimentais, outros contemplativos, o que não significa que todos sigam a mesma receita. Se der certo, os próximos filmes previstos são Avenida Brasília Formosa, A casa de Sandro, Favela on Blast, EU, Vinil e o resto do mundo e Pacific. Para saber mais sobre os filmes e horários, entre no site do projeto: www.sessaovitrine.com.br.
Assista ao trailer de Estrada para Ythaca:
Estrada para Ythaca from Eva Comunicação on Vimeo.

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