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domingo, 26 de abril de 2015

Mulheres no poder

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Conheça personalidades, entre líderes políticas e ativistas, que contribuíram para que as mulheres ganhassem mais representatividade

Bruna Nicolielo, editado por Elaine Iorio (novaescola@fvc.org.br)
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Rigoberta Menchú
Rigoberta Menchú, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1992


Na entrevista A Saída é pelo Campo (VEJA 2422, de 20 de abril de 2015), a ministra da agricultura Kátia Abreu avalia a atual situação do agronegócio brasileiro e conta detalhes de sua trajetória pessoal: de dona de casa a uma das principais porta-vozes da agricultura no Brasil.
Viúva aos 25 anos e contra a vontade da família, ela decidiu assumir a fazenda do marido e, hoje, quase 30 anos depois, faz parte de um seleto grupo de mulheres de destaque na política brasileira, entre elas Dilma Rousseff. Nos últimos anos, aliás, a presidente tem ocupado os primeiros lugares da lista elaborada pela revista norte-americana Forbes com as cem mulheres mais poderosas do mundo, junto de Hillary Clinton, Michelle Bachelet, Michelle Obama e Rainha Elizabeth II.
Apesar das conquistas femininas nas últimas décadas, porém, elas ainda têm pouco espaço na política. Uma pesquisa do Inter-Parliament Union (IPU), "Women in Parliament", divulgada em fevereiro de 2015, mostra que a presença das mulheres nas câmaras e nos senados ao redor do mundo representa 22,1%. A maior proporção ocorre nos países nórdicos, com média de 41%.
No Brasil, elas somam mais da metade da população, mas ocupam apenas 9,5% das vagas do Congresso Nacional. Para chegar até aqui, no entanto, as mulheres tiveram de percorrer um longo caminho, como mostra a trajetória de algumas das primeiras brasileiras engajadas na política, como a bióloga paulista Bertha Lutz.
A seguir, conheça personalidades femininas, entre líderes políticas e ativistas, que contribuíram - e ainda contribuem - para que as mulheres tenham mais representatividade em um ambiente majoritariamente masculino.
Angela Merkel
Nascida em 1954, na Alemanha Oriental, Angela Merkel é filha de um pastor luterano. Estudou Física na Universidade de Leipzig e fez doutorado na Academia de Ciências de Berlim Oriental. Antes de ser nomeada candidata ao governo, enfrentou resistência dentro do próprio partido, a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão). Seus críticos alegavam que ela não tinha os atributos que caracterizam um líder político bem-sucedido: o tempo de aprendizado na ala jovem do partido, uma forte rede de relações, poder dentro da legenda e bom relacionamento com a imprensa. Eleita três vezes chanceler alemã e chefe de seu partido desde 2000, Merkel é considerada a líder da União Europeia e, atualmente, referida pela Forbes como a mulher mais poderosa do mundo.
Hillary Clinton
Hillary Clinton nasceu em 1947. Formou-se em Direito pela Faculdade de Yale e, ainda na década de 1980, foi listada duas vezes como uma das cem advogadas mais influentes dos EUA. Tornou-se mundialmente conhecida como primeira-dama dos Estados Unidos entre 1993 e 2001. Em 1998, viu-se no centro das atenções quando seu marido Bill Clinton admitiu ter se envolvido com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky. Na ocasião, Hillary dividiu a opinião pública ao manter-se ao lado do marido. Em 2001, tornou-se senadora do país e, sete anos depois, candidatou-se à presidência da república, perdendo para o atual presidente Barack Obama. Apoiada por ele, foi eleita secretária de Estado em 2009, com a missão de mudar o rumo da política externa do país. Atualmente, é franca favorita à campanha presidencial de 2016.
Michelle Bachelet
Filha de Alberto Bachelet, brigadeiro-general da Força Aérea do Chile, Michelle Bachelet nasceu em 1951. Membro do governo da Unidade Popular liderado por Salvador Allende, ingressou no Partido Socialista ainda jovem, quando estudava medicina na Universidade do Chile. Após o golpe de 11 de setembro de 1973, seu pai foi preso pela ditadura militar, morrendo na prisão. Michelle e sua mãe passaram a viver na clandestinidade. Em 1975, foi detida pela ditadura e, posteriormente, enviado ao exílio. Foi a primeira presidente da União de Nações Sul-Americanas e a primeira encarregada da ONU Mulheres, agência das Nações Unidas para a igualdade de gênero. Antes de assumir a presidência pela primeira vez, em 2006, foi ministra da Saúde entre 2000 e 2002, foi também ministra da Defesa, tendo sido a primeira mulher a exercer este cargo na América Latina. Em 2013, foi novamente eleita a chefe de governo, tornando-se a primeira a vencer duas eleições presidenciais na história do Chile.

Michelle Obama
A advogada Michelle Obama nasceu em 1964. Após completar seus estudos nas prestigiadas universidades de Princeton e Harvard, aceitou um emprego na firma de advocacia Sidley Austin, onde conheceu seu futuro marido e atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Foi fundamental na campanha presidencial de 2008, tornando-se a primeira afrodescendente a ocupar o posto de primeira-dama. Sempre no foco da mídia, ela procura levar o debate para longe do seu guarda-roupa e envolver o público americano em questões importantes, servindo de modelo para muitas mulheres modernas que tentam equilibrar trabalho e vida familiar.

Rainha Elizabeth II
Elizabeth Alexandra Mary nasceu em Londres em 1926 e foi educada em casa. Seu pai subiu ao trono em 1936 como Jorge VI, depois da abdicação do irmão Eduardo VIII. Herdeira da coroa, ascendeu ao trono aos 25 anos com a morte de seu pai, tornandos-e a chefe da comunidade britânica. Durante a Segunda Guerra Mundial, assumiu deveres públicos e serviu no Serviço Territorial Auxiliar. É a Rainha do Reino Unido e de quinze outros estados independentes conhecidos como Reinos da Comunidade de Nações, além de chefe da Commonwealth, formada por 53 estados. Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra e, em alguns de seus reinos, possui ainda o título de Defensora da Fé. Ocasionalmente, enfrentou movimentos republicanos e pesadas críticas à família real. Contudo, o apoio à monarquia e sua popularidade pessoal permanecem altos.
Dilma Roussef
A presidente do país é uma economista filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ingressou no partido em 2001 e, em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia. Em 2005, foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciara ao cargo o escândalo do Mensalão. Em 2010, foi escolhida pelo PT para concorrer à eleição presidencial. Ao vencer, tornou-se a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e chefe de governo em toda a história do Brasil. Em outubro de 2014 foi reeleita. Interessou-se pelas ideias socialistas ainda na juventude, logo após o Golpe Militar de 1964, e então ingressou na luta armada de esquerda. Tornou-se membro do Comando de Libertação Nacional (COLINA) e posteriormente da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) - organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar. Passou quase três anos presa (1970-1972), onde passou por sessões de tortura. Reconstruiu sua vida em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde foi secretária municipal da Fazenda, presidente da Fundação de Economia e Estatística e secretária estadual de Minas e Energia.

Rigoberta Menchu
Ativista dos direitos humanos nascida num pequeno povoado localizado ao norte da Guatemala, Prêmio Nobel da Paz (1992) pela sua campanha pelos direitos humanos, especialmente a favor dos povos indígenas. De origem de uma família de camponeses índios e pobres, mostrou ao mundo a antiga cultura Maia-Quichéo. Ainda adolescente foi envolvida em atividades de reforma sociais promovidas pela Igreja católica, e destacou-se no movimento de propriedade das mulheres. Seu trabalho de reforma despertou a oposição dos poderosos, especialmente depois que uma organização de guerrilha se estabelecesse na área e sua família oi acusada de integrar atividades subversivas. Seu pai, Vicente Menchú, foi preso e torturado e depois da liberação, ajudou a fundar o Comitê da União de Camponês (CUC), organização que a filha também filiou-se. Tornou-se organizadora no estrangeiro da resistência contra a opressão na Guatemala e a luta para direitos humanos dos índios camponeses. Foi uma das fundadoras da frente de oposição comum ao governo guatemalteco, a Representação Unida da Oposição Guatemalteca, a RUOG (1982).

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