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sábado, 21 de maio de 2016

O que fazer quando ele quer saber sobre o meu passado amoroso e sexual?

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14 de maio de 2016

relacionamentos-passados
Meninas, às vezes os tempos são duros. Tão duros que fazem a gente esquecer o passado. Repetir o passado. Mas no amor é diferente. No amor, escapar do passado, mantê-lo sossegado num cofre só seu, esse é o bom passado. Soterrado num conveniente silêncio.
Veja, por exemplo, esta carta:
“João, meu namorado perguntou sobre se tive algo com um fulano que ele sabe ser meu amigo bem próximo. Claro, tive sim algo com ele. Mas o que eu faço? O que deveria fazer? Conto? Qual a resposta certa? O que ele ganha sabendo disso? Eu enrolei e menti. Disse que não. Mas tou bem incomodada com isso. Queria entender a motivação disso. Fiquei um pouco irritada com ele. Mas também irritada comigo. Por que deveria me sentir mal por algo que aconteceu quando eu nem conhecia meu namorado?
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O negócio é que já vivi esse tipo de experiência de contar o que fiz e o que deixei de fazer. Sempre, sempre, sempre que fiz isso… ‘deu ruim’. Eu até entendo a curiosidade. É uma curiosidade masoquista. Não vou mentir que já perguntei sobre o passado dos meus ex em antigos relacionamentos. Sei como é viciante. Só que, sinceramente, aprendi na marra que isso não ajuda em nada. Você carrega uma sombra de coisas que não viu. E aquilo que você não viu é quase sempre mais forte, intenso, doloroso do que o fato foi.
Sei lá. Detesto abrir essa porta em mim e no outro. Você sempre quer saber mais. Nunca acaba. E depois que sabe, as coisas mudam. Minhocas lotam a cabeça da gente.
Enfim, eu acho que o passado deveria ser guardado numa tumba. Só que como dizer isso ao outro sem parecer que quero esconder por algum motivo especial? Fico no dilema: conto sobre o que ele me perguntou? Conto um pouco? Me recuso? Ou minto de novo? ”
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UMA RESPOSTA SEM RESPOSTA
Moças, acho que a gente não deveria contar. Conviver com os segredos do outro, conviver com as experiências do outro é um sinal de amor. Querer mapear aquilo que foi e não é mais, por qualquer motivo, é uma espécie de posse. Não de amor. Embora amor e posse se misturem o tempo todo, são coisas diferentes.
Percebam, meninas: contar pra quê? Contar por quê? Contar o quê? Que tipo de satisfação a gente pode tirar dessa coisa de engordar a curiosidade do outro? De fazê-lo viver por procuração da recriação daquilo que ele não viu? Aquilo que, por definição, machuca tanto a gente?
+ “Escrevi um post falando mal do meu ex. Fui apoiada e criticada. Errei?”
Ah, meninas. Eu sei que mora dentro de cada um de nós um sofredor. Um estômago com fome de paranoia. A dor faz as coisas andarem. De um jeito torto, mas faz. Preenche de sentido. Ocupa o vácuo que é viver.
E eu sei também que no mundo perfeito, feito de doce, tangerina e alegria – um mundo que não existe –, a gente defenderia o dever de que aceitar completamente a folha corrida do parceiro é o caminho do amadurecimento. Mas reparem: somos eternos meninos e meninas no amor. Amadurecer – ao menos por agora – é envelhecer o amor. Nascemos e crescemos num mundo, numa arena em que enxergamos gostar de alguém como pertencer a alguém. E é aí que a maionese do amor desanda numa necessidade de controle.
Moças, a vida é maionese, não é doce nem muito alegre. E que amor é um sentimento imenso, confuso, incrível, mas meio maluco. É tão difícil dividir…
+Relacionamento: por que brigar pode ser bom?
UMA SOLUÇÃO
Garotas, cheguemos a uma conclusão: não, não pergunte sobre o passado do seu parceiro. Nem responda. Você dirá: “Mas como, João!? Como não dizer nada quando ele pergunta?”.
Eu direi: não dizendo. Ou melhor, dizendo a ele que você não dirá. Não por uma questão de medo ou vergonha. Por uma questão de amor. Por uma questão de evolução de amor. Por uma questão de individualidade. A nossa inexorável individualidade. A nossa eterna solidão. A gente precisa guardar e cuidar das nossas memórias, das nossas vidas passadas. Dos nossos amores que evaporaram.
Porque certos tipos de assuntos, assuntos internos, você e eu precisamos encarar de frente. Combinar com o espelho. E, então, explicar ao outro sem rodeios. Voto pelo “não” ao dizer tudo.
+Relacionamento aberto: como lidar com essa ideia?
Meninas, eu sinceramente acho que quando a gente começa a relatar ao parceiro aquilo que não fará diferença nem bem a ele (mesmo que ele infantilmente insista), quando a gente topa fornecer uma dose irresistível de paranoia. Dose que consegue tudo menos coisas boas. Já disse no alto e repito aqui embaixo: buzinar as verdades que ferem o ouvido do outro é botar o relacionamento num processo de crime e castigo quando não houve nenhum crime nem responsabilidade nem erro.
Portanto, se o namorado começar a vasculhar aquilo que passou e como se passou com outros, não desconverse. Mas não responda. Ao menos não o que ele quer. Diga a ele que não faz sentido. Que passado todo mundo tem. Que todo mundo deveria guardar um cantinho seu. Um pedacinho de vida que mora lá atrás. E sigam em frente. Seja curta ou longa, não seja grossa, mas seja firme.
E que em cada amor caiba exatamente o amor que o casal constrói.

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