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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Sexualidade na Educação

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As principais dúvidas sobre Educação Sexual



Orgasmo feminino como motivação para a prevenção

| Sexualidade
Shutterstock
Em um treinamento para educadores sobre o trabalho de prevenção de gravidez e DST/Aids indiquei este blog e sugeri o post da semana passada, sobre ejaculação precoce, para ampliar a motivação dos jovens nas ações de prevenção, e que daria continuidade, falando do orgasmo feminino.
Foi um auê… Uns acharam muito interessante, mas percebi que outros ficaram incomodados… Até que uma professora me questionou:
– O que a prevenção tem a ver com o orgasmo feminino?
Respondi: – A prevenção em si, nada. Mas o orgasmo feminino tem tudo a ver com a prevenção! Se o casal não estiver se prevenindo, o medo de engravidar ou contrair uma DST/Aids pode tirar a concentração nas carícias e impedir que o orgasmo aconteça.
Outro professor em seguida retrucou: –Meu papel não é ensinar minhas alunas a sentir orgasmo. Continuei: – Pode ser, mas nosso papel é estimular a prevenção! Se abordarmos esse tema, as meninas e os meninos podem passar a olhar a prevenção com outros olhos, como algo diretamente ligado aos seus interesses no relacionamento sexual. Isso pode ser um elemento de motivação.
O conhecimento sobre o corpo 
A conquista do direito ao prazer pela mulher ainda é muito recente, mas já foi absorvido, principalmente pelos jovens. No entanto, para exercê-lo, é preciso conhecer melhor o próprio corpo.  E para isso , um bom momento é a aula sobre as funções do corpo reprodutivo.
É muito importante que os adolescentes saibam o que acontece quando uma garota recebe um estímulo sexual, que desperta o desejo.  O sangue, que pode invadir o rosto e a deixar roborizada, se espalha intensamente por todo o corpo. Os genitais recebem maior fluxo sanguíneo e respondem com a excitação.  A vulva, órgão genital externo da mulher, começa a sofrer modificações que irão prepará-la para a relação sexual. Os grandes lábios, situados bem à vista, afinam-se e ficam entreabertos. Os pequenos lábios, localizados mais internamente, aumentam de tamanho e se projetam para fora, assumindo uma cor mais avermelhada.
O clitóris, espécie de botão existente pouco acima do local onde os pequenos lábios se unem, fica mais sensível ao toque, capaz de provocar um grande prazer ao ser estimulado.  Logo abaixo está o canal da uretra, por onde a mulher urina, e descendo um pouco mais surge um outro orifício. Esta é a entrada da vagina, um canal formado por músculos, que liga as partes interna e externa do aparelho genital feminino.
A vagina começa a produzir uma secreção que irá lubrificá-la, com o objetivo de facilitar a penetração do pênis. Seu comprimento normal varia de 7 a 10 cm, mas durante a excitação ela pode se distender, adaptando-se aos mais diferentes tamanhos de pênis. Nas mulheres que nunca tiveram uma relação sexual, existe ali uma membrana, o hímen, a qual não foi atribuída, até o momento, nenhuma função fisiológica.
O orgasmo feminino
Para a mulher atingir a excitação máxima, e consequentemente, o orgasmo, ela precisa de uma excitação crescente e uma lubrificação adequada. O alto grau de excitação provoca contrações rítmicas que se iniciam ao redor da entrada da vagina e se expandem por toda a região pélvica. Dessas contrações advém uma sensação rápida, porém intensa, de prazer, relacionada à liberação de certas substâncias químicas no cérebro, as endorfinas, que proporcionam a sensação de bem-estar.
Ao contrário do homem, a maioria das mulheres não possui um sinal visível de ter atingido o orgasmo. Manifesta apenas reações como aumento da transpiração, batimentos cardíacos acelerados, respiração mais rápida, gemidos e contrações musculares, seguidas de relaxamento.
Além disso, o fato de uma mulher ter orgasmo não aumenta nem diminui as chances de uma gravidez. Se ela tiver uma relação sexual durante o seu período fértil e não tomar nenhuma medida contraceptiva, pode engravidar, ainda que não sinta qualquer prazer.
Como falar de prazer e prevenção
Sugiro usar a mesma pergunta da professora que me questionou e problematiza-la com seus alunos… Depois que der as explicações do aparelho reprodutor, você pode lançar a pergunta “O que a prevenção tem a ver com o orgasmo feminino?” Em seguida, peça para que eles escolham colegas com quem gostariam de conversar sobre o tema e formem grupos. Uma vez formados, peça que façam uma pesquisa para apresentar na próxima aula.
Durante a apresentação dos alunos, anote na lousa as informações que tenham a ver com a resposta da pergunta. Provavelmente, os alunos irão associar a prevenção a um fator de inibição do desejo, e não o contrário. Ao final das apresentações, destaque se algum grupo tiver mostrado a importância da prevenção relacionada ao desprendimento e à entrega do casal ao sexo.  Faça uma breve explicação sobre o impacto que o estímulo sexual provoca no organismo da garota e as condições necessárias para que ela alcance o orgasmo.
Nesse momento, enfatize a importância da prevenção para se chegar ao orgasmo. Mostre por meio do gráfico abaixo, que o envolvimento com as carícias recebidas é fundamental para que o orgasmo aconteça.
Blog Ciência do Estudo da Mulher
Fonte: Blog Ciência do Estudo da Mulher
Para tanto, é imprescindível que a mulher se entregue às sensações. Se alguma preocupação externa acontecer durante o ato sexual, como por exemplo o medo de ficar grávida ou pegar uma DST/Aids, a concentração e a excitação são interrompidas, diminuindo a intensidade das sensações sexuais e da lubrificação.  Resultado: a penetração pode se tornar desprazerosa ou até dolorosa e o orgasmo não acontece!
Você pode fechar a conversa questionando se vale a pena colocar em jogo o prazer sexual por causa do sexo sem proteção? A minha experiência diz que a maioria vai responder “não”. E aí surge um outro bom momento para trabalhar a prevenção em sexualidade com seus alunos.
Experimente e compartilhe aqui no blog a sua experiência!
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